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PS: Algumas sugestões foram retiradas do blog http://dmusicalizando.blogspot.com/

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Todo mundo quer brincar

Todo Mundo Quer Brincar: Novos e Consagrados artistas continuam a tradição de engrandecer um dos gêneros mais promissores do cancioneiro popular: o infantil

Por: Denise Pacheco

Começou com a luta de uma formiguinha contra a neve que prendia sua perna. Com a composição de João de Barro – o Braguinha – e a narração de Sônia Barreto, as crianças brasileiras foram apresentadas ao um nicho musical próprio, crescendo ao som de histórias da chamada ‘Coleção Disquinho’ (1960-1983). Herdando dela a missão de cativar novas gerações, astros da música e da televisão nos anos 1970 e 1980 assumiram oficialmente as rédeas do gênero infantil, transformando-o num mercado lucrativo em crescimento.

Da genialidade de Vinicius de Moraes e Toquinho com Arca de Noé (1980) até o domínio das apresentadoras de programas infantis dos últimos vinte anos, o gênero foi ganhando outra cara, e se aproveitando da constante renovação de seu público, até chegar aos dias atuais, quando artistas que se consagraram mais recentemente dão toque próprio ao gênero. Para o cantor, compositor e linguista Luiz Tatit, o interesse dos novos músicos pelo universo das crianças é, acima de tudo, benéfico: "É no mundo infantil que se encontra grande espontaneidade; as composições deixam de ser sóbrias como as da música adulta e abraçam a fantasia. Nelas, os artistas encontram até mesmo maior autenticidade para cantar".

Com Pequeno cidadão (2009), Arnaldo Antunes (ex-Titãs) e Edgard Scandurra (ex-Ira!) deram sua contribuição para a geração atual, não mais alimentada apenas pela televisão e que agora assume papel cada vez mais ativo graças à Internet. "Com a Internet, criam-se situações particulares, que repercutem de forma única, o que torna esta época ainda mais compatível com a música infantil”, afirma Tatit. “Deixamos o público mais homogêneo de antigamente e abraçamos a diversidade", completa.

Acolhendo a idéia, a cantora e compositora gaúcha Adriana Calcanhotto, com seus premiados Adriana Partimpim (2004) e Adriana Partimpim Dois (2009), e o vocalista e baixista dos Titãs Branco Mello, responsável pela história e pela trilha de Eu e meu guarda-chuva" (2010), garantiram lugar ao sol no gênero. Ao criar o próprio heterônimo, Adriana desfez-se de sua personalidade adulta e se juntou às crianças, transformado os discos de sucesso em shows com atuação e personagens originais.

Em paralelo ao que se criou ultimamente, os roqueiros alternativos da banda Pato Fu decidiram em 2010 fazer de seu décimo disco, Música de brinquedo, algo ainda mais especial. De acordo com o músico e produtor John Ulhoa, o projeto é um antigo sonho do grupo: “Em 1996, a Fernanda e eu compramos um disco de clássicos dos Beatles tocados pela Turma do Snoopy, chamado Snoopy’s Classiks: Beatles. Era muito legal, e sempre pensamos que um dia poderíamos fazer algo parecido, mas mais ousado ainda, com a assinatura de uma banda". Fazendo música para crianças sem necessariamente cantar letras infantis, o grupo decidiu abordar covers de grandes sucessos nacionais e internacionais com diferentes instrumentações. "A graça está em reconhecer um arranjo sendo tocado por instrumentos tão improváveis. Procuramos canções que tivessem alguma parte que pudesse ser cantada pelas crianças, algo curto, fácil, divertido pra elas", declara Ulhoa.

Ciente de que as crianças não necessariamente se apegam ao que lhes é diretamente recomendado, John sabe que seria necessário ir mais fundo para atingir seu jovem público: "Me lembro das coisas 'adultas' que meus pais ouviam em fita k7 indo de carro para a praia. Essa percepção pra mim é muito mais inspiradora do que os discos genuinamente infantis". Para os futuros artistas adultos, fica a expectativa sobre quais serão as inspirações determinantes dos sucessos infantis de amanhã. ©

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